Banco Master e BRB: relembre o que o governador Ibaneis Rocha já disse sobre a compra, agora rejeitada pelo BC
05/09/2025
(Foto: Reprodução) BC veta compra do Master pelo estatal BRB
Com a rejeição da compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), determinada pelo Banco Central na quarta-feira (3), o governador Ibaneis Rocha (MDB) mudou o tom sobre a negociação e adotou um discurso mais cauteloso sobre o processo.
"Não conhecemos ainda os fundamentos. É uma operação complexa que envolve muitos interesses e pressões de toda natureza. Precisamos ver os fundamentos que podem até trazer alguma análise do Master que não tivemos acesso", disse Ibaneis à TV Globo nesta quinta-feira (4).
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Em março, após a divulgação da negociação da compra de 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do Banco Master pelo BRB, Ibaneis classificou a ocasião como "um dia de festa".
“Isto tem um significado muito grande para a população do Distrito Federal, porque nós, como acionistas majoritários de um banco público, passamos a ter mais dividendos para poder investir nas obras que são necessárias na cidade”, afirmou o governador.
Governador do DF, Ibaneis Rocha
TV Globo/Reprodução
Em abril, durante viagem em Dubai, o governador afirmou que a compra do Banco Master oferecia pouco risco para o BRB e poderia trazer desenvolvimento para a cidade.
Eu pedi ao Paulo [Henrique Costa, presidente do BRB] que deixasse essa fatia [precatórios] no Master de fora. E isso aconteceu. A operação hoje tem pouco risco para o BRB", afirmou Ibaneis Rocha.
Como a negociação interfere na política local?
Em 14 de agosto, por exigência da Justiça, o Palácio do Buriti enviou um projeto de lei sobre a compra em regime de urgência à Câmara Legislativa.
O texto foi aprovado cinco dias depois e sancionado pelo governador em menos de 24 horas, no dia 20.
Miriam Leitão: o que explica o bloqueio de compra do banco Master?
A oposição no Legislativo questionou a "rapidez" da aprovação – e entrou com um mandado de segurança na Justiça do DF pedindo a suspensão da tramitação do texto.
O Banco de Brasília (BRB) é uma sociedade de economia mista, de capital aberto, e o acionista majoritário é o Governo do Distrito Federal (71,92%).
A instituição foi criada para ser um agente financeiro de captação de recursos para o desenvolvimento do DF.
Além disso, o BRB é o responsável:
por operacionalizar o pagamento de servidores distritais;
pelo pagamento das aposentadorias desses servidores;
por oferecer créditos e financiamentos locais;
por operacionalizar os programas e benefícios sociais do governo do DF.
“O agente financeiro do Tesouro do Distrito Federal e organismo fundamental de fomento, implementação e operacionalização de políticas públicas, projetos e programas do Distrito Federal, além de ações de desenvolvimento econômico, social e ambiental da região”, aponta a Lei Orgânica do DF.
O banco também é responsável por repassar ao Tesouro do Distrito Federal o dinheiro da arrecadação de impostos e atua na revitalização de pontos turísticos de Brasília.
De acordo com o BRB, a instituição reúne hoje 9,6 milhões de clientes – mais de três vezes o total da população do Distrito Federal.
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