Empresário preso com arma em Lamborghini faz acordo para se livrar de processo; entenda

  • 16/08/2025
(Foto: Reprodução)
Arma de Rodrigo Morgado foi encontrada em Lamborghini Redes Sociais e Polícia Federal/Divulgação A Justiça de Barra Funda (SP) aprovou um acordo firmado entre o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e Rodrigo Morgado, o empresário que foi preso por porte ilegal de arma durante uma operação da Polícia Federal (PF) contra o tráfico internacional de drogas. A medida evita o início de uma ação penal desde que o acusado pague R$ 15 mil e não cometa crimes. Clara Ramos de Souza Morgado, que é advogada e esposa do empresário, afirmou ao g1 que a decisão "não implica qualquer confissão de culpa" (leia o posicionamento da defesa abaixo). Com base no artigo 28-A do Código de Processo Penal (CPP), o investigado precisa confessar o crime para que este tipo de acordo seja aceito pela Justiça. O empresário ficou conhecido após sortear um carro em uma festa da empresa Quadri Contabilidade e tomar o veículo da funcionária vencedora, alegando descumprimento do regulamento. De acordo com ele, a mulher acabou demitida por comportamento inadequado. Ambos entraram em acordo. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. Morgado foi solto quatro dias após ser detido durante a Operação Narco Vela, realizada em 29 de abril deste ano. A princípio, os policiais federais apenas fariam apreensões nos endereços relacionados ao empresário, mas acabaram encontrando uma arma dentro do porta-luvas da Lamborghini dele. O decreto de prisão não teve relação com a operação da PF. Morgado tinha documentação de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), mas só poderia portar a arma no caminho do estande de tiro ou dentro de casa. À corporação, ele informou que mora em Santos, no litoral de São Paulo, mas estava na capital paulista para acompanhar o filho que precisou ser internado às pressas. Rodrigo Morgado teve veículos apreendidos durante Operação Narco Vela, da Polícia Federal Redes Sociais e Polícia Federal/Divulgação Acordo A juíza Luciana Piovesan, da 27ª Vara Criminal de Barra Funda (SP), homologou um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) entre o empresário e o MP-SP, na terça-feira (12). Ou seja, a Justiça aceitou uma medida que evita o início de uma ação penal. Luciana concordou que o caso se encaixa nos requisitos do artigo 28-A do CPP porque Morgado é réu primário e não responde a outra ação penal. "Mostrando-se adequada, suficiente e proporcional a proposta, e verificada sua legalidade, além da voluntariedade do acordo", destacou a juíza. A condição do acordo é que Morgado pague R$ 15 mil em dez parcelas de R$ 1,5 mil -- este valor será revertido para uma entidade pública ou de interesse social. Caso não cumpra a medida ou cometa outro crime, o MP-SP pode iniciar o processo criminal que foi evitado. Entenda o acordo A pedido do g1, os advogados Thyago Garcia e Victor Teixeira, que não fazem parte do caso, explicaram como funciona este tipo de acordo. De acordo com Garcia, o ANPP só pode ser proposto antes do oferecimento da denúncia pelo MP, ou seja, enquanto o caso ainda está na fase de investigação. Ele destacou que a medida é destinada aos crimes de menor potencial ofensivo -- sem violência ou grave ameaça, cuja pena mínima seja inferior a quatro anos. "O Acordo de Não Persecução Penal faz com que o processo não siga adiante, ou seja, evita que o Ministério Público ofereça denúncia e encerra a possibilidade de ação penal nesse caso. Não se trata de uma condenação e não gera antecedentes criminais", afirmou o profissional. Teixeira acrescentou que a confissão é um requisito necessário para que o acordo seja homologado. Em seguida, o advogado disse que o investigado precisa cumprir as condições previstas, como pagamento de valores, reparação de danos ou prestação de serviços, e não cometer novos crimes. "O ANPP funciona como um instrumento legal para resolver casos de forma mais rápida e menos gravosa, garantindo que o investigado cumpra condições proporcionais ao fato cometido, evitando o prolongamento do processo e possíveis consequências penais mais severas", finalizou Teixeira. O que diz a defesa? Por meio de nota, a advogada Clara afirmou que o marido prestou esclarecimentos e colaborou com as autoridades ao decorrer da investigação, "demonstrando transparência e confiança na Justiça". Ela destacou que o acordo não implica qualquer confissão de culpa. "É um instrumento legal que encerra o processo de forma célere e consensual, permitindo que o acusado, especialmente quando inocente, evite prolongados desgastes pessoais e profissionais", disse a advogada. "A Justiça reafirmou o que sempre sustentamos: Rodrigo Morgado mantém sua honra preservada e segue plenamente confiante no esclarecimento definitivo de todos os fatos". A advogada destacou que, até o momento, não foi apresentada denúncia formal contra Morgado, no âmbito da Operação Narco Vela. Veículos apreendidos Vídeos mostram mansão e veículos luxuosos de empresário preso durante operação da PF O g1 teve acesso às imagens da mansão e dos veículos luxuosos do empresário Rodrigo Morgado. As imagens mostram o interior de um dos imóveis: uma mansão em um condomínio de luxo na Riviera de São Lourenço. Como é possível ver no vídeo, a casa tem duas salas, cozinha, academia, área de lazer e piscina. Em frente ao imóvel, os policiais federais apreenderam uma Ferrari 296 GTB na cor vermelha, avaliada em mais de R$ 4 milhões. Em outro endereço relacionado ao empresário, em São Paulo, os agentes apreenderam outro veículo de luxo: uma Lamborghini na cor roxo. Foi neste local que Morgado foi detido após os policiais federais encontrarem a arma. Operação Narco Vela Mansão do empresário Rodrigo Morgado foi alvo de mandado de busca e apreensão em Bertioga, SP Danilo Santos/TV Tribuna A Operação Narco Vela foi deflagrada em cinco estados brasileiros e três países para desarticular uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas. A investigação da Polícia Federal teve início após a DEA (Drug Enforcement Administration), que é a agência antidrogas dos EUA, comunicar a apreensão de 3 toneladas de cocaína em um veleiro brasileiro no alto-mar, próximo à África, em fevereiro de 2023. A partir daí, a PF identificou um esquema voltado principalmente aos continentes europeu e africano, com uso de embarcações de longo curso e rastreamento por satélite. O núcleo principal da organização criminosa operava a partir da Baixada Santista, onde a droga era armazenada e levada por lanchas rápidas até o alto-mar. Lá, era transferida para pesqueiros e veleiros, que seguiam até a costa africana, onde a carga era resgatada por outras embarcações menores. Segundo a Polícia Federal, 8 toneladas de cocaína já foram apreendidas. Além das prisões, a PF informou que foram realizadas diversas apreensões, como carros de luxo, embarcações e drogas. A Justiça Federal também determinou o bloqueio e apreensão de bens até o valor de R$ 1,32 bilhão. Sorteio do carro Vídeo mostra sorteio jovem ganhando carro de empresa que perdeu ao ser demitida O sorteio de um Jeep Compass 2017 foi promovido pela Quadri Contabilidade, do empresário Rodrigo Morgado, para os funcionários em dezembro de 2024. A auxiliar contábil Larissa Amaral da Silva venceu o sorteio, mas perdeu o prêmio. Ela teve que devolver o carro à empresa por, segundo Morgado, ter descumprido o regulamento. A funcionária foi demitida e a justificativa foi o comportamento inadequado, conforme informou ao g1 o empresário. A jovem contou ter sido demitida após reclamações referentes ao carro, que, de acordo com ela, apresentou diversos problemas mecânicos desde que foi entregue. De acordo com as regras estipuladas pela empresa, o carro só seria transferido para o nome do vencedor após o cumprimento de metas, como captação de clientes e participação em treinamentos internos. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos

FONTE: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2025/08/16/empresario-preso-com-arma-em-lamborghini-faz-acordo-para-se-livrar-de-processo-entenda.ghtml


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