França tem dia um dia de protestos contra medidas de ajuste fiscal
18/09/2025
(Foto: Reprodução) Protestos na França contra medidas de austeridade
A França teve um dia de protestos contra medidas de austeridade do governo.
Professores, motoristas do transporte público e funcionários dos setores de saúde e de energia decidiram parar. No começo do dia, estudantes bloquearam a entrada de escolas em Paris. A maior parte das linhas de metrô da capital da França não funcionou. Um em cada seis professores franceses aderiu à greve e quase a metade dos funcionários das escolas não trabalhou.
Os organizadores disseram que mais de um milhão de pessoas participaram das manifestações por toda a França. Além de Paris, houve grandes protestos também em Toulouse, Nantes e Marselha.
No fim do dia, em Paris, a polícia usou gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Houve tensão e confrontos. Mais de 140 pessoas foram presas.
Os manifestantes pedem que o equilíbrio das contas públicas não seja feito com cortes nos gastos sociais, e sim com aumento de impostos, criando um imposto sobre os ultra ricos e revisando a reforma da previdência. Eles estão insatisfeitos com o aumento do custo de vida e alguns pedem até a saída do presidente Emmanuel Macron.
Regis reconhece que o governo precisa fazer cortes, mas sem sacrificar os trabalhadores.
Coline e Mathieu dizem que a desigualdade aumentou muito nos últimos 15 anos, por isso resolveram protestar.
"É muito injusto porque as pessoas trabalham e o poder de compra diminuiu, os salários não seguiram a inflação, então as pessoas têm menos e menos poder de compra... mas as fortunas continuam aumentando."
A França é a segunda maior economia da Zona do Euro e é o terceiro país com a maior dívida pública do bloco, depois de Grécia e Itália. A porcentagem da dívida sobre o PIB da França é o dobro do teto previsto pelas normas da União Europeia. O país foi repreendido pela Comissão Europeia e o presidente Emmanuel Macron e o novo primeiro-ministro Sébastien Lecornu tentam equilibrar as contas.
Lecornu tomou posse semana passada, e é o quinto primeiro-ministro da França em dois anos. A tentativa de cortar mais de quarenta bilhões de euros do orçamento levou à queda do antecessor, e Lecornu ainda não apresentou uma nova proposta.
Sem maioria no Parlamento, ele depende do apoio de outros partidos para aprovar reformas.
Depois das manifestações, Lecornu anunciou que vai se reunir com os sindicalistas e disse que as reivindicações dos manifestantes estão no centro das discussões que terá nos próximos dias.
França tem dia um dia de protestos contra medidas de ajuste fiscal
Reprodução/TV Globo