Grupo quer criar sociedade 'do zero' só de pessoas brancas nos EUA; procurador abre investigação e ONG contesta

  • 20/08/2025
(Foto: Reprodução)
Grupo quer criar sociedade 'do zero' só de pessoas brancas nos EUA Reprodução/X Um grupo norte-americanos brancos se uniu nas Montanhas Ozark, no Arkansas, para construir uma sociedade do zero. Eles se consideram um coletivo de indivíduos e famílias com visões tradicionais e ancestralidade continental comum. Eles se chamam de 'Return to the Land' (ou Retorno à Terra, em português) e, segundo o site do grupo, visam criar uma cidade com pessoas que reflitam os "valores tradicionais dos Estados Unidos". "Queremos facilitar a harmonia econômica e social entre todos os grupos e indivíduos em nosso movimento. Acima de tudo, continuaremos engajados em uma busca incessante pela excelência, recusando-nos a rebaixar nossos padrões ou perder de vista nossos objetivos", afirma o grupo. Construção do Return to the Land Reprodução/X Para fazer parte dessa comunidade, é necessário realizar uma inscrição online na página deles, em que verificarão os antecedentes criminais, a herança ancestral e outros detalhes pessoais dos candidatos. O grupo só aceita pessoas brancas. "Ver alguém que não se apresenta como branco pode nos levar, entre outras coisas, a não admitir essa pessoa", disse Eric Orwoll, um dos fundadores do Return to the Land, ao New York Times. Ao ser questionado pela NBC News se isso não seria segregação (separação da sociedade entre brancos e pretos), ele respondeu: "É livre associação, então não estamos tentando menosprezar os outros. Assim é um pequeno povoado no meio das Ozarks [...] Bem, quero dizer, você não deixa todo mundo entrar na sua casa". Orwoll declarou ainda que o Return to the Land é um lugar onde será possível controlar quem é vizinho de quem. Em posts, internautas questionam se esse movimento não se assemelha ao nazismo. Um usuário comentou no X: "O Return to the Land frequentemente se refere à ideologia do 'sangue e solo', um princípio fundamental do nazismo que vinculava a ideia de pureza racial ao território que buscava conquistar e controlar. Algo ilegal nos EUA". Em uma página de perguntas frequentes, o grupo afirma: "O Partido Nazista existiu na Alemanha de 1919 a 1945. Atualmente, estamos em 2025 e estamos nos Estados Unidos. Tire suas próprias conclusões". Saiba o que aconteceu com os negros alemães durante o nazismo Em 14 de agosto, no X, o grupo escreveu que eles têm somente o interesse em criar comunidades seguras para descendentes de europeus, com valores tradicionais. "O Return to the Land (RTTL) tem interesse em criar comunidades seguras. Não somos uma milícia e não nos envolvemos em protestos violentos ou ameaçadores. Na verdade, a RTTL não tolera violência ou atividades ilegais de qualquer tipo. Independentemente das recentes implicações de extremismo feitas pela imprensa, nosso objetivo é simplesmente formar comunidades pacíficas para o nosso povo. Também apoiamos totalmente outros grupos que criam suas próprias comunidades com base em etnia ou religião, conforme desejarem, e há muitos exemplos disso nos Estados Unidos", escreveram. No mesmo dia, eles compartilharam um post na mesma rede social escrito: "uma nação de colonos, não de imigrantes". Veja o post abaixo: Post compartilhado pelo grupo Reprodução/X O grupo informa que a primeira comunidade deles surgiu em outubro de 2023, em um terreno de 60 hectares, no nordeste de Ozarks, e abriga inúmeras famílias. Esse local segue em constante expansão. Outra comunidade foi fundada também na mesma região, em janeiro de 2025. Há uma 3ª comunidade que está em processo de construção. Na última eleição dos Estados Unidos, em 2024, o republicano e presidente dos EUA, Donald Trump, ganhou no Arkansas. Investigação e contestação contra o grupo Segundo o New York Times, o procurador-geral do Arkansas, Tim Griffin, abriu uma investigação sobre potenciais violações legais por parte da Return to the Land. A Diretora do Programa de Justiça Racial (RJP) da ONG norte-americana União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), ReNika Moore, por sua vez, contestou se o grupo formado somente de pessoas brancas é realmente legal. Construção do Return to the Land Reprodução/X “As leis federais e estaduais, incluindo a Lei de Moradia Justa, proíbem a discriminação habitacional com base em raça, ponto final”, disse ela, em um e-mail enviado ao New York Times. “Reformular a segregação residencial como um 'clube privado' ainda é uma violação clássica da lei federal.” O grupo tem 13,4 mil seguidores no X e 2.549 membros no canal do Telegram. Eles ainda têm uma página chamada "Return to Femininity" (Retornando a Feminilidade, em português) que publica somente assuntos voltados a mulheres e conteúdos domésticos. Esta página tem 413 seguidores no X. O que é a onda 'anti-woke'? Movimento internacional que afasta ideias voltadas as questões sociais

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/08/20/grupo-quer-criar-sociedade-do-zero-so-de-pessoas-brancas-nos-eua-procurador-abre-investigacao-e-ong-contesta.ghtml


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