TJ reduz pena de namorado condenado por matar médica encontrada nua dentro de mala
12/11/2025
(Foto: Reprodução) Assassino de médica é condenado à pena máxima em Rio Preto
O Tribunal de Justiça reduziu de 31 para 25 anos de prisão em regime fechado a condenação de Davi Izaque Martins Silva pelo assassinato da médica Thallita da Cruz Fernandes, encontrada nua dentro de uma mala em um apartamento , em agosto de 2023, em São José do Rio Preto (SP).
A sentença em primeira instância, da juíza Gláucia Véspoli dos Santos, foi emitida no dia 22 de abril deste ano após o júri popular. O homem foi condenado por homicídio quadruplicado, feminicídio, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e motivo torpe, além de tentativa de ocultação de cadáver.
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A defesa do condenado recorreu pedindo a anulação do julgamento por ser contrário às provas do processo e pediu o afastamento das qualificadoras. Na decisão, emitida em outubro deste ano, os desembargadores mantiveram a condenação, mas entenderam que a juíza aplicou agravantes em duplicidade.
No texto, o relator Diniz Fernando escreveu que "a valoração de tais circunstâncias na primeira fase da dosimetria incorreria em bis in idem". A expressão “bis in idem” vem do latim e significa “duas vezes pelo mesmo fato”. No contexto jurídico, quer dizer punir ou considerar duas vezes o motivo para agravar a pena.
No caso, a juíza considerou em sua sentença, como agravantes da pena, o fato de Davi ter entortado a faca usada no crime e ter impedido a defesa e fuga de Thallita.
Contudo, os desembargadores entenderam que os critérios já foram usados pela Justiça para enquadrar o crime como qualificado por meio cruel e por dificultar a defesa da vítima. Por isso, esses mesmos elementos não poderiam ser novamente considerados para aumentar a pena, o que seria uma punição repetida.
O g1 tenta contato com a defesa do condenado.
Thallita foi encontrada morta dentro de mala em apartamento de Rio Preto; namorado, Davi, é acusado por cometer o crime
Arquivo pessoal
Investigação policial
As investigações apontaram que Thallita e Davi mantinham um relacionamento amoroso e moravam juntos no apartamento dela, no bairro Redentora. Na ocasião, o casal discutiu e a vítima disse que queria terminar o relacionamento.
Inconformado, Davi começou a esfaquear a namorada, no rosto e no pescoço, enquanto ela dormia. Thallita acordou e tentou se defender. Mesmo após ela cair no chão, Davi continuou a violência, totalizando mais de 20 facadas.
Depois, na intenção de ocultar o corpo, ele ainda o colocou em uma mala, mas não conseguiu fecha-la após o zíper quebrar. Na sequência, ele fugiu do apartamento. A faca usada no crime foi encontrada e estava com a lâmina torta. O laudo necroscópico mostrou que Thallita morreu por hemorragia aguda.
Câmeras flagraram namorado de médica encontrada morta em mala saindo de prédio
Pelas câmeras de segurança, a polícia pôde constatar que o namorado foi o último a entrar e deixar o apartamento. Assista acima.
Vestindo um boné e camiseta vermelha, ele foi até o térreo, saiu do local usando o celular e entrou em um carro de aplicativo que o aguardava na rua.
À época, o inquérito foi concluído pelo delegado responsável pelo caso, Alceu Lima de Oliveira, por meio da Divisão Especialização em Investigações Criminais (Deic). Ao delegado, o condenado confessou o crime e disse que usou drogas antes do assassinato.
Davi Izaque Martins Silva durante júri popular em São José do Rio Preto (SP)
Rogério Pedrozo/TV TEM
Médica foi encontrada morta em apartamento, em Rio Preto (SP)
Rogério Pedrozo/TV TEM
Thallita da Cruz Fernandes se mudou para Rio Preto (SP) em 2016
Reprodução/Facebook
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