'Ucranianos estão lutando por sua terra', diz Zelensky já em Washington para reunião com Trump
18/08/2025
(Foto: Reprodução) Essa será primeira visita de Zelensky a Washington após ter sido repreendido publicamente por Trump e seu vice-presidente J.D. Vance no Salão Oval em fevereiro
Getty Images
As vésperas do encontro com Donald Trump, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que "os ucranianos estão lutando por sua terra, por sua independência" e sinalizou que a Ucrânia não vai ceder territórios a Rússia para acabar com a guerra. A declaração foi feita na rede X, na noite do domingo (17).
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"Todos nós compartilhamos um forte desejo de encerrar esta guerra de forma rápida e confiável. E a paz deve ser duradoura. Não como foi anos atrás, quando a Ucrânia foi forçada a ceder a Crimeia e parte do nosso Leste — parte de Donbas — e Putin simplesmente usou isso como trampolim para um novo ataque", disse. "Claro, a Crimeia não deveria ter sido cedida naquela época, assim como os ucranianos não cederam Kyiv, Odesa ou Kharkiv depois de 2022".
'Ucranianos estão lutando por sua terra', diz Zelensky já em Washington para reunião com Trump
Reprodução/X
Ainda na postagem, Zelensky disse que já está em Washington para o encontro com Trump que ocorre nesta segunda (18). (Veja mais abaixo).
Mais cedo, Trump também usou as redes sociais para falar da guerra. O presidnete americano disse que Zelensky “pode encerrar a guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou pode continuar lutando”.
Trump, que desde julho intensificou as declarações em defesa de um cessar-fogo rápido, reiterou pontos que considera inegociáveis: a permanência da Crimeia sob controle russo e a exclusão da Ucrânia da Otan.
"Lembre-se de como tudo começou. Sem a Crimeia de Obama (12 anos atrás, sem um único tiro disparado!), e SEM A ENTRAR NA OTAN PELA UCRÂNIA. Algumas coisas nunca mudam!!!", disse Trump, na rede social, em referência à anexação da península pela Rússia em 2014, durante o governo de Barack Obama.
A fala ocorre no momento em que a Casa Branca pressiona Kiev a aceitar concessões territoriais para encerrar o conflito, iniciado em fevereiro de 2022 e que já dura três anos e meio.
O governo de Kiev, por sua vez, tem insistido que não aceitará abrir mão de territórios nem abandonar o objetivo de integração à Otan, apesar da pressão internacional.
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Nesta segunda-feira (18), Zelensky vai à em Washington para se reunir com Trump. O encontro acontece dois dias depois de Trump se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, no Alasca, e declarar ter visto “grande progresso” em direção ao fim da guerra.
Zelensky não estará sozinho. Na reunião, será acompanhado por sete líderes europeus.
Entre os chefes de Estado que confirmaram participação no encontro estão o presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, o chanceler alemão, Friedrich Merz, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o presidente finlandês, Alexander Stubb.
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É a segunda vez que Trump e Zelensky se reúnem desde o início da guerra. O primeiro encontro, realizado em fevereiro, terminou de forma abrupta após o republicano adotar um tom considerado ríspido e pouco diplomático na conversa com o presidente ucraniano.
Vladimir Putin, Donald Trump e Volodymyr Zelensky
Sputnik/Gavriil Grigorov/Pool via REUTERS, Reuters e Genya Savilov/AFP
Trump colocará à mesa a proposta discutida com Putin em Anchorage. Segundo fontes ouvidas pela imprensa americana e europeia, a ideia russa envolve congelar as linhas de frente atuais em troca de reconhecimento internacional da anexação da Crimeia e de áreas ocupadas no Donbas e em Zaporizhzhia.
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Arte/g1
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